quinta-feira, 7 de maio de 2015

Regresso ao passado, jogar à batata quente e temos um ponto

Olá, pessoal! 

Sei que não tenho sido assídua na minha escrita. Mas aqui vai mais um ponto! Sobre o quê? Sobre uma coisa que me tem andado a irritar e que gostava de ver resolvida até com alguma rapidez.
Há cerca de duas semanas houve uma coisa que me deixou ligeiramente perplexa. E esta semana o tema voltou à baila - Cavaco veio falar do assunto e o PS passou a bola à coligação PSD-CDS pois já estava a ver, como a minha avó costumava dizer, o “caldo entornado”. Para aqueles que acham que vou falar de política pura e dura, não se assustem; vou só dar a minha opinião sobre a intenção de alterar a legislação sobre a cobertura mediática das eleições.

Voltando atrás no tempo: estávamos a chegar às celebrações do 41º aniversário do 25 de abril quando vem à baila esta intenção do PS e da coligação PSD-CDS de obrigar os órgãos de comunicação social a apresentar os planos de cobertura das eleições a uma comissão fiscalizadora que os aprova ou não. Outros partidos disseram logo que iam votar contra caso o processo andasse para a frente - acho bem - e os órgãos de comunicação social portugueses revoltaram-se - e acho muito bem!

Até o Cavaco diz que esta é uma lei que em nada se adequa aos tempos de hoje! Lá está: o 25 de abril veio para acabar com a opressão e com a censura (entre muitas outras coisas que se conseguiram com a Revolução) e agora, em pleno século XXI, depois de tantos esforços, há quem queira sujeitar a aprovações o plano da cobertura mediática das eleições e fiscalizar o cumprimento ou não desse plano, sob pena de multa caso os órgãos de comunicação social não o cumpram; há quem queira que o espaço de opinião não seja maior que o da notícia; e querem muito mais, mas não vou estar a enunciar tudo senão não saímos daqui. Enfim: eu encaro esta tentativa de censurar como uma expressão do medo. A comunicação social fala mais com as pessoas sobre política e sobre os partidos do que eles próprios, então saem coisas que não lhes convêm e o medo diz-lhes que a forma de resolver os problemas é censurar.

E acho graça à hipocrisia – fazem montes de celebrações do 25 de abril, vêm todos com montes de discursos “super “ orgulhosos sobre a Revolução de 74, mas depois querem mudar a lei de forma a controlar a liberdade de expressão, de opinião e de tudo e mais alguma coisa. Também acho graça ao jogo da batata quente que agora estão a querer jogar na tentativa de não ficarem mal vistos, depois do escândalo que foi esta proposta – a ver se a batata explode nas mãos dos outros. Sinceramente, acho que isto não vai para a frente. Pelo menos, assim espero. Se for para a frente, é um retrocesso gigantesco na história do nosso país e da nossa democracia.

E já foi mais um ponto!