domingo, 15 de novembro de 2015

Um ponto e uma revolta

Olá, pessoal.

É o horror, é o massacre e é a desumanidade. E, ao mesmo tempo, é para refletir sobre a hipocrisia de muita gente que só de vez em quando é que se lembra de ser solidária e de rezar por alguém.

Só quando acontece aqui ao lado é que se lembram de mudar as cores da fotografia do perfil, de publicar imagens e mensagens solidárias. Só quando acontece aqui ao lado.
Mas o que aconteceu em Paris é o dia-a-dia de muita gente noutros países do mundo. Já quando aconteceu o ataque ao Charlie Hebdo, toda a gente era “Charlie”. Mas quando atacaram uma universidade no Quénia não me lembro de ter visto esse tipo de mensagens. E quando o Boko Haram mata milhares de pessoas? E quando mataram pessoas nos hotéis na Tunísia? E quando os atentados e os massacres são, praticamente, o dia-a-dia nos países árabes? (e muita gente não vê que os refugiados estão a fugir disso mesmo). E mais.

Porque é que as pessoas não são solidárias com isso também? Porque é que não mudam as cores da fotografia, porque é que não publicam 1400 coisas a mostrar que estão sensibilizadas?

Acho bem mostrar que o mundo se une contra o terrorismo, mas não acho bem que o mundo só se una quando o terrorismo acontece no ocidente.

Se calhar, se não vivêssemos constantemente a olhar para o nosso umbigo e nos preocupássemos mais com o que acontece fora da Europa, se se deixassem de palavras bonitas e passassem à ação, se calhar já podiam ter intervindo à mais tempo e evitado muitas mortes em todo o mundo. E isto aplica-se tanto ao terrorismo como a outras tantas questões – já quando foi a crise do ébola, o pânico só se instalou quando chegou à Europa porque antes já tinham morrido milhares de pessoas e ninguém quis saber.

Só quando chega à Europa é que se torna um problema. Esse é que é o verdadeiro problema.

E este foi mais um ponto.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um ponto sobre certa pessoa

Olá, pessoal!
Passei um mês sem tocar no teclado para este propósito. No entanto, tem acontecido muita coisa: os refugiados a chegar à Europa, as eleições legislativas e a confusão da formação de governo, a corrida às presidenciais do próximo ano, entre outras coisas. Não vou falar de nada disso, pelo menos não diretamente.

Venho falar de alguém que provavelmente conhecem, ou de quem já ouviram falar. Bem, se calhar até são esse alguém. Já se vê.
É aquela pessoa que tem uma opinião sobre tudo. E essa opinião normalmente baseia-se no olhar superficial sobre as coisas. Isto quando olha para elas. Muitas vezes nem se digna a fazê-lo, nem sabe que elas existem. Mas como ouviu outra pessoa falar sobre isso, absorve aquilo que foi dito.

Conhecendo ou não a pessoa, não tendo certezas quanto à veracidade daquilo que ouviu, o que importa é fixar aquilo para depois mandar umas "postas de pescada".  Porque falar sobre tudo é sinal de ser uma pessoa informada.

É informada porquê? Então não é óbvio? Porque, para além de ouvir e repetir aquilo que foi dito pelo outro, também lê o jornal todos os dias e vê os noticiários televisivos! Pena que não tome atenção a mais de metade daquilo que é dito nesses meios e depois retire conclusões erradas e precipitadas sobre a maioria dos assuntos. Muitas vezes até parece nem compreender a própria língua. Se calhar é esse o problema.

Já sabem de quem estou a falar? É aquela pessoa que, apesar disto tudo, é capaz de ter as ideias mais fixas e o pensamento mais extremista. Caindo um pouco no exagero, é aquela pessoa que ainda acha que a linha do horizonte é o abismo, que o Sol gira à volta da Terra. Agora mais a sério: é aquela pessoa que está sempre contra tudo e contra todos simplesmente porque não os compreende.

Se ainda não se conheciam, acabei de vos apresentar.

Eu cá continuo a achar que às vezes mais vale estar calada para não cair na triste figura da pessoa ali de cima.

E foi mais um ponto.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Um estágio e um ponto

Olá, pessoal! 
Já comecei a estagiar. Entrei nesta 'aventura' há pouco mais de uma semana e esta é a minha primeira aproximação ao mundo laboral, mas acredito que não podia ter tido mais sorte.

Tem sido uma experiência fantástica. São 6h diárias que passam a voar - eu só olho para o relógio por curiosidade e não por desespero; são umas horas em que eu me divirto imenso, em que aprendo "1400" coisas novas, em que testo os conhecimentos que o curso me transmitiu, em que sou desafiada a sair da zona de conforto (e saio com o todo o gosto!).

Isto mais parece um diário, pois é. No entanto, eu quero falar disto porque estou a passar por uma das melhores etapas da minha vida e porque eu acredito que tudo tem uma razão de ser; todas as coisas que acontecem, todas as pessoas com quem nos cruzamos, sejam boas ou más.

Não é que acredite no destino, nem em seres sobrenaturais ou omniscientes. Não. Eu simplesmente acho que para cada decisão que tomamos existe uma razão, e é isso que nos vai permitir retirar uma lição.

Por tudo isto, acho que este estágio vai mudar a minha vida. Para já, limito-me a aproveitá-lo ao máximo e a dar o meu melhor. No futuro, logo se vê o que acontece! Sei que tudo o que estou a aprender e todas as pessoas que estão a fazer parte deste processo vão marcar-me e, de alguma forma, construir parte do meu futuro (se não for do meu futuro, tudo isto vai fazer pelo menos parte da minha história).

E também é mais um ponto!
Filipa Mourão

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Um ponto com saudades de um outro verão

Olá!

Escrever no computador tornou-se muito mais interessante desde que o meu “c” deixou de funcionar. Há pouco tempo decidi entornar umas gotas de água no teclado. O “v” esteve em coma durante um dia e depois agarrou-se à vida. Depois disso o “c” desistiu de viver. É chato porque agora tenho de ir a um sítio copiar o “c” e depois colar. E pela quantidade de vezes que já o fiz só a escrever este parágrafo, parece-me que o “c” realmente é uma letra muito importante no nosso dia-a-dia. Este é sem dúvida o ponto que mais trabalho me vai dar pelo simples facto de que o meu “c” está fora de serviço. (Sim, eu podia usar o teclado virtual, mas não tenho paciência. Podia ter um outro teclado, mas não tenho. Tenho de levar mesmo com as consequências dos meus atos.)   
Hoje trago um ponto mais pessoal. Talvez seja arriscado, mas não tenho medo. Apetece-me e pronto, escrevo.

O verão faz-me sempre recuar no tempo. A vocês não? Faz-me lembrar o tempo em que eu passava o verão com os meus avós. Foram, até hoje, os melhores verões da minha vida e já não tenho nada parecido há uns bons anos. Restam as saudades e as recordações. A saudade é o preço de todos os momentos inesquecíveis que passamos com aqueles que mais amamos, mesmo que na altura não pareçam assim tão significantes.
Tenho saudades de ir à praia bem cedinho com a minha avó. Ela deixava-me sempre levar as barbies para a praia para brincar com elas no “caldeirão” da praia das Avencas. Tenho saudades de ver o meu avô sentado no jardim a ver o mar, os carros a passar na marginal e sempre atento àquilo que eu e a minha irmã fazíamos. Tenho saudades dos docinhos que a minha avó nos trazia e do olhar guloso do meu avô sempre à espera que também partilhássemos com ele. A minha avó ralhava sempre com ele, dizia “Isso é das meninas!”, coitado; às escondidas, nós dávamos-lhe sempre um bocadinho. Tenho saudades de quando eles nos levavam ao parque da Parede para dar pão aos patos e brincar. Tenho saudades de os ouvir dizer que iam ligar aos meus pais quando eu e a minha irmã estávamos a ser mais traquinas, sabendo sempre que eles nunca ligariam (o meu avô não tinha jeito com telefones e mesmo que tivesse não ligava porque tanto ele como a minha avó odiavam quando os meus pais ralhavam connosco, especialmente a minha avó). Tenho saudades de quando ficava com eles a ver as telenovelas todas (eram as noitadas da altura). Tenho saudades deles. Tenho saudades daquele amor e carinho que só eles sabiam dar. Tenho saudades dos sorrisos, dos abraços, das vozes.


E este é mais um ponto!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O ponto pós celibato

Olá! 

Sei que não escrevo há imenso tempo. Peço desculpa por andar tão descuidada! Não foi por não me apetecer. Não foi por falta de tempo. Não foi pela inexistência de temas. Foi, simplesmente, pelo cansaço do final do semestre e pelo início das férias. Depois da tempestade vem a bonança e uma pessoa fica num estado de inércia que é estúpido. É que andei três semanas agarrada ao computador a fazer trabalhos e resumos, já não podia ver o computador à frente; quando me vi de férias, quis fazer um celibato de computador.

Entretanto: fiz 21 anos, acabei a licenciatura, vou começar a estagiar brevemente (wish me luck!) e acabei por me inscrever num mestrado, no qual fui aceite. Portanto, posso dizer que as coisas estão a correr bem! Hoje regresso do meu celibato de computador e de pontos. O que é que tenho para dizer? Muita coisa. 
Primeiro: tenho reparado que ultimamente anda muita gente a matar-se e a matar outras pessoas que lhes “são queridas”. Já repararam nisso? Não percebo qual é a origem desta doença que anda a perturbar tanta gente neste país. É da crise? Epa, se calhar. Mas não há justificação possível para estes crimes. Não percebo nada de psicologias nem psiquiatrias, mas percebo que há ai muita gente descompensada. Estas mortes revoltam-me. São maridos que matam as mulheres porque elas já não querem estar com eles (e, por vezes, depois suicidam-se) são amigos que matam outros sem razão aparente, e muito mais. E eu não percebo porque é que alguém se acha no direito de acabar com a vida de outra pessoa só porque leva com um “não”. E depois matam-se a si próprias. Quer dizer… É cobardia e egoísmo, não? Enfim. 
Já que estamos numa onda de doença, gostava também de saber como é que em pleno séc. XXI ainda existe (que nunca devia ter existido, começando logo por aí) na China um festival em que se matam e torturam cães para depois os servirem como comida. Epa, gostava de saber quais são as motivações das pessoas para participar neste festival de horrores. As organizações de proteção de animais já têm tentado acabar com isto, já foram assinadas petições para o mesmo efeito. Mas a verdade é que isto requere uma intervenção mais “hardcore”, como eu costumo dizer. Não são pessoas quem participa neste festival. São monstros. E dão-me um nojo imenso. Em que raio de mundo vivemos?
Felizmente depois existem pessoas que têm um coração de ouro e dão tudo para ajudar os outros. Não sei se viram a reportagem “Até Voares” da jornalista Ana Leal (TVI) mas se não viram, deviam ver. Ali está o exemplo da bondade que ainda existe neste mundo e no nosso país. O Sr. João Almiro, que já fez os seus 90 anos, ajuda desde sempre pessoas que estão à margem da sociedade, pessoas que são olhadas de lado, pessoas a quem não são dadas oportunidades para mudarem de vida, pessoas que nada têm. Dá-lhes tudo o que tem para que tenham uma oportunidade de conseguir uma vida melhor. São estas pessoas que dão bom nome à humanidade e não aqueles que matam outras pessoas e animais só porque sim.

Este foi mais um ponto.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Regresso ao passado, jogar à batata quente e temos um ponto

Olá, pessoal! 

Sei que não tenho sido assídua na minha escrita. Mas aqui vai mais um ponto! Sobre o quê? Sobre uma coisa que me tem andado a irritar e que gostava de ver resolvida até com alguma rapidez.
Há cerca de duas semanas houve uma coisa que me deixou ligeiramente perplexa. E esta semana o tema voltou à baila - Cavaco veio falar do assunto e o PS passou a bola à coligação PSD-CDS pois já estava a ver, como a minha avó costumava dizer, o “caldo entornado”. Para aqueles que acham que vou falar de política pura e dura, não se assustem; vou só dar a minha opinião sobre a intenção de alterar a legislação sobre a cobertura mediática das eleições.

Voltando atrás no tempo: estávamos a chegar às celebrações do 41º aniversário do 25 de abril quando vem à baila esta intenção do PS e da coligação PSD-CDS de obrigar os órgãos de comunicação social a apresentar os planos de cobertura das eleições a uma comissão fiscalizadora que os aprova ou não. Outros partidos disseram logo que iam votar contra caso o processo andasse para a frente - acho bem - e os órgãos de comunicação social portugueses revoltaram-se - e acho muito bem!

Até o Cavaco diz que esta é uma lei que em nada se adequa aos tempos de hoje! Lá está: o 25 de abril veio para acabar com a opressão e com a censura (entre muitas outras coisas que se conseguiram com a Revolução) e agora, em pleno século XXI, depois de tantos esforços, há quem queira sujeitar a aprovações o plano da cobertura mediática das eleições e fiscalizar o cumprimento ou não desse plano, sob pena de multa caso os órgãos de comunicação social não o cumpram; há quem queira que o espaço de opinião não seja maior que o da notícia; e querem muito mais, mas não vou estar a enunciar tudo senão não saímos daqui. Enfim: eu encaro esta tentativa de censurar como uma expressão do medo. A comunicação social fala mais com as pessoas sobre política e sobre os partidos do que eles próprios, então saem coisas que não lhes convêm e o medo diz-lhes que a forma de resolver os problemas é censurar.

E acho graça à hipocrisia – fazem montes de celebrações do 25 de abril, vêm todos com montes de discursos “super “ orgulhosos sobre a Revolução de 74, mas depois querem mudar a lei de forma a controlar a liberdade de expressão, de opinião e de tudo e mais alguma coisa. Também acho graça ao jogo da batata quente que agora estão a querer jogar na tentativa de não ficarem mal vistos, depois do escândalo que foi esta proposta – a ver se a batata explode nas mãos dos outros. Sinceramente, acho que isto não vai para a frente. Pelo menos, assim espero. Se for para a frente, é um retrocesso gigantesco na história do nosso país e da nossa democracia.

E já foi mais um ponto!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A desumanidade é mais um ponto

Olá, pessoal!
Estava a ver as notícias do dia no jornal Observador e muitos assuntos vêm à baila, desde políticos portugueses que recusam à força toda candidatar-se à presidência da República, à corda bamba em que se encontra a Grécia passando pelo pedido do Ministério Público de condenação dos envolvidos na venda das obras de Miró entre muitas outras notícias. Mas nada disto me impressionou. O que me impressionou mesmo foi constatar mais uma vez que quando dizem que o Homem é o único animal racional deviam acrescentar que o facto de ser racional não significa que o raciocínio esteja a funcionar na sua plenitude, ou melhor, que todas as pessoas sejam abençoadas pelo mesmo raciocínio (sim, abençoadas; realmente ser racional é uma bênção e eu nem tenho grandes crenças para além do karma)!
E não estou a falar do raciocínio no sentido de, por exemplo, resolver equações: enquanto uma pessoa resolve a equação rapidamente a outra demora mais tempo e outra pessoa nem sequer a resolve e fica a olhar para ela como “um boi a olhar para um palácio”. O raciocínio de que falo é do raciocínio no sentido de ser humano, de ter sentimentos, de ter consciência, de respeitar o outro, etc. etc. etc.

Temos vindo a assistir a coisas horríveis: guerras, atentados, homicídios. Desde radicais que fazem vídeos a matar pessoas inocentes, passando "pais "que matam os filhos e "pessoas" que maltratam os animais, vendo assassinos ao comando de aviões cheios de gente, assistindo a crimes racistas e religiosos, e nem sei onde terminar. Agora vou falar da tal coisa com a qual me deparei nas notícias… Passo a citar o que está no jornal: «No caso de ser atacado por uma fome extrema que o faça temer pela sua saúde o homem pode alimentar-se de uma parte ou de todo o corpo da sua mulher».
O líder religioso da Arábia Saudita (não vou meter aqui o nome do homem pelo simples facto de muitos de nós não saber lê-lo) diz que isto é mentira e eu acredito que seja – porém, não ficava surpresa se já tivesse acontecido isto ou algo do género. Algo pior do que isto, também não me admirava por completo porque acho que já assistimos à doença mental de gente suficiente para não esperarmos limites. Supostamente, esta foi uma lei anunciada em nome do próprio líder religioso, que desmentiu a existência da mesma. Mas não nos podemos esquecer que também foi este homem que anunciou uma lei islâmica que autoriza homens adultos a casar com crianças com menos de 15 anos. Se permite isso, não haveria de permitir um ato de canibalismo? Não digo mais nada.

O animal racional que é o Homem é, acima de tudo, um animal e consegue ser um maior animal do que os outros! Não vejo o raciocínio que nos diferencia a ser usado, vejo é muita doença a alastrar-se! Vejo gente que dá mau nome à humanidade, vejo gente que sofre nas mãos dessa gente doente e não humana. E isso revolta-me. Independentemente de certas coisas serem ou não verdade, o que importa é que a história da humanidade, até a mais recente (quando devíamos ser mais evoluídos do que os nossos antepassados), está marcada por coisas horríveis que realmente aconteceram e continuam a acontecer.


Oh, the humanity”, este é mais um ponto.

sábado, 21 de março de 2015

O tempo passa, ainda não decidi nada e isto é mais um ponto


Boa tarde, pessoal!

O tempo vai passando e ainda não decidi nada. Considero-me uma pessoa determinada. Claro que por vezes tenho alguns picos de devaneio, algumas incertezas, mas regra geral sei bem o que quero e como quero fazer as coisas. Desta vez, é diferente. Desta vez sinto-me um bocado perdida. Eu sei o que quero fazer, mas não sei como é que vou conseguir fazê-lo, não sei qual é o meu caminho até lá. Em determinadas situações não gosto de perder o controlo, não gosto de sentir que não sei o que está à minha frente. E agora estou a falar do meu futuro.

Daqui a 3 meses acabo a licenciatura (YEI!). Estes 3 últimos anos passaram a correr. Desde o primeiro ano da faculdade tenho ouvido a pergunta “O que é que vais fazer depois da licenciatura?” e agora tem surgido uma nova pergunta que é: o que é que vais estar a fazer daqui a 2 anos?... Epa, odeio estes questionários. Porque é que tenho de meter a carroça à frente dos bois e pensar no que vou fazer daqui a 3 anos, se nem sei o que é que vou jantar logo à noite? É ótimo termos objetivos (acho que uma pessoa sem objetivos na vida está a desperdiça-la ‘à grande’). É ótimo termos sonhos e idealizarmos o nosso futuro. É ótimo lutarmos por aquilo que queremos. Mas porque é que tenho de dar resposta a este tipo de perguntas? Se respondo “Não sei” fica tudo chocado e dizem “Tens de começar a pensar!”
Penso em respostas para dar a estas pessoas. Começo a olhar para o estado atual do país e do mundo, mas isso não me assusta; não tenho medo de ir para fora, não tenho medo de não trabalhar na área. Porém, o não ter medo não significa que não me importe porque importa e muito: seja em Portugal ou noutro país qualquer, quero trabalhar na área da comunicação (e isto eu sei com todas as minhas forças). Começo a pensar em várias opções, a ouvir várias opiniões de pessoas da minha área e chego à conclusão que gosto e não gosto de muitas coisas, que quero muitas coisas e não quero muitas mais, que umas coisas são mais seguras do que outras, que umas enchiam-me mais o coração e outras iam deixar-me frustrada. Já tive muitas respostas, mas agora a minha resposta é completamente diferente de tudo aquilo que já tinha dito até então. Antes as minhas respostas eram mais compostas. Agora é muito vaga.  
Sei que quero fazer um mestrado. No quê? Excelente pergunta. Já quis publicidade e marketing, relações internacionais, qualquer coisa relacionada com turismo. E agora não quero nada disso. Ou então quero tudo ao mesmo tempo. Pelo menos sei que não quero continuar naquela faculdade. Quero ir para outra fazer o mestrado. Também sei que gostava de fazer Erasmus. Sei que quero ter um trabalho em part-time para poder fazer as minhas coisas sem depender de ninguém.
Acabo por poder responder a essas perguntas, não é? Então: depois da licenciatura quero tirar um mestrado e daqui a 2 anos pretendo estar a acabá-lo, pretendo ter estudado no estrangeiro, pretendo ter algum dinheiro meu, pretendo entrar no mercado de trabalho na minha área (o que deve vir a ser muito difícil), pretendo estar numa rádio, ou num jornal, ou numa televisão. São pretensões. Também sei que este fim-de-semana vou fazer o meu currículo para começar a enviar para tudo o que é meio de comunicação para ir estagiar após a licenciatura. Sei que onde quer que eu vá parar vou dar o máximo e o melhor de mim. E são estas as minhas respostas, os meus objetivos. Melhor que nada, não?

E pronto, isto é mais um ponto.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Um ponto pela justiça e pelos animais

Boa noite, amigos!

Hoje venho ver sobre uma notícia que esta semana tem dado muito que falar. É sobre a morte do Simba ou, como os donos José e Andreia lhe chamavam, Bubu. Toda esta situação tem mexido bastante comigo e não podia deixar de falar disto.

Eu sou do tipo de pessoa que chora (não de medo, mas "de fofura" - sim, é estranho) quando vê um animal, sou do tipo de pessoa que faz vozes estúpidas a falar com eles, que os trata como bebés. Tive peixes, pássaros e hamsters e adorei-os. Mas sempre quis ter um cão e um gato (e quem diz um diz dois ou três) e nunca tive, pelo menos cá em casa (sei que quando tiver uma casa só minha, a primeira coisa que vou fazer é adotar um cão ou um gato, ou os dois). O mais perto que estive de ter um cão ou um gato foi quando os meus avós maternos tiveram um cão chamado Nero e 1400 gatos (ok, não foram 1400, foram 20). Não acompanhei o crescimento do Nero porque ele já era grandalhão quando eu nasci, mas acompanhei o crescimento dos gatos. E é uma relação linda e fortíssima que estabelecemos com os animais, quase de pai e filho.

Sei por experiência própria que há pessoas cruéis neste mundo e que não têm o mínimo de respeito pela vida dos animais. Sei; não pelas notícias, mas sim porque também sofri na pele o que os donos do Simba estão a sofrer. Os vizinhos dos meus avós estavam constantemente a embirrar com os nossos gatos porque iam apanhar sol para a entrada da casa deles. Nós tentávamos evitar que isso acontecesse mas era muito difícil fazer um controlo intenso aos gatos bebés e jovens, que gostavam sempre de partir à descoberta. Certo dia, esses gatos mais novos, mais curiosos, aparecem muito adoentados. Não vou estar a descrever o estado deles porque são imagens horríveis que não me saem da cabeça mas posso dizer que foi agravando e, ao fim de um ou dois dias, encontravamo-los mortos. Viemos a descobrir que foram envenenados pelos vizinhos dos meus avós. Custou-me horrores na altura e agora as lágrimas vêm-me aos olhos só por pensar nisto. É uma crueldade tremenda. É horrível. Uma coisa é morrer de velhice ou por uma doença complicada e não tratável. Outra coisa é serem assassinados por pessoas que não têm um pingo de decência, um pingo de respeito pela vida - digo pela vida sem especificar animal ou humana porque eu acho, sinceramente, que estas pessoas facilmente matariam outras.

Há pouco tempo deparei-me com a mesma situação, mas os gatos não eram meus. Eram da minha vizinha, também uma ninhada de gatos que foi envenenada e a mãe também porque estavam sempre a invadir o quintal dessa vizinha. Também invadiam o meu e daí? Deparei-me com os gatinhos debaixo do meu carro a morrer aos poucos e poucos, também envenenados.
O meu namorado tem um cão, o Pu. Ele é um pit bull red nose e tem sido vítima de muito preconceito por ser de uma raça dita perigosa. Mas o Pu não é violento, antes pelo contrário. Porém, não se livra desse estigma e já um homem lhe deu um pontapé só por ele estar a passar ao pé dele, sem lhe ladrar, sem saltar para cima, e mesmo depois do pontapé o Pu não lhe fez nada.

Depois disto tudo, esta notícia do Simba não deixou de me chocar e sensibilizar pelo ato de barbárie que é. Um cão que era o melhor amigo, que era a companhia , que era a alegria , que era o "filho", que era parte de alguém. Agora que foi provado pela autópsia que, contrariamente àquilo que o assassino disse, os disparos foram feitos mesmo contra o Simba - portanto, não foi nenhum "aviso" ou "tiro para o ar"; foi para matar, foi isso. A queixa foi apresentada à GNR pelos donos do Simba e a arma já foi apreendida. O dono do Simba escreveu na página do Facebook: "Eu não quero que a morte do meu cão, do meu Bubu seja em vão, precisamos de justiça e acreditamos tanto na do homem como na de Deus que nunca falha e nunca tarda (...) para as centenas de animais que sofrem nas mãos da crueldade do homem, de pessoas de má índole que são autorizadas a possuir armas em casa, a disparar sobre outros animais e rechear paredes com cabeças de animais mortos. (...) Peço-vos, por tudo, pelo mundo, pela lei, pela justiça, pelos animais, pelo meu Simba, pela minha mulher que nos ajudem a divulgar esta triste história. Peço-vos que a morte do Simba não seja em vão."

Foi em outubro de 2014 que entrou em vigor a lei que criminaliza os maus-tratos contra animais: "quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão" e se desses maus tratos "resultar a morte do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção", o autor do crime deve ser "punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias." A minha questão é: será que a justiça vai ser feita? Já anda a circular uma petição pública para que se faça justiça e eu já a assinei. E deixo aqui o link (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76386) porque vou sempre lutar pelas causas e pelos valores que para mim são mais importantes; esta causa é um desses casos porque enquanto cidadã do mundo quero ver justiça a ser feita!

E este é mais ponto.

sexta-feira, 6 de março de 2015

O meu ponto sobre o dia internacional da mulher

Boa tarde, pessoal! 

Hoje apetece-me falar sobre o dia da mulher. Sim, é um tema muito "batido", mas acho que vale a pena continuar a falar dele porque enquanto as coisas são faladas não são esquecidas e os problemas vão sendo resolvidos. 

Está a aproximar-se o dia internacional da mulher e muita gente demonstra estar revoltada com a existência deste dia. Consideram que acentua as diferenças entre géneros, que perpetua a necessidade de não esquecer que as mulheres são seres humanos com os mesmos direitos e deveres que os homens, acham que este dia internacional não deve existir da mesma forma que não existe um dia especial para o homem, etc. etc. etc.. Ora, não ouvimos já esta lengalenga em relação a todos os dias internacionais, nacionais ou especiais em que se assina-la alguma coisa? Porra, alguém que assinale um dia qualquer para ser o dia internacional do homem ou então que acabe com os dias internacionais que revoltam as pessoas por acharem que "não deve ser só nesse dia que se celebra x e y". A sério, eu não tenho paciência. Se calhar estas pessoas também não gostam de celebrar os seus aniversários, nem os aniversários dos outros, nem Natal, nem a passagem de Ano, nem nada. Então vamos ignorar tudo o que é celebração só porque achamos que "o dia dos namorados é todos os dias", "o natal é todos os dias", "o dia da mãe/pai/avós é todos os dias", "o carnaval é todos os dias", "o dia da mulher é todos os dias" e por ai fora. 

Eu concordo com uma coisa: não é por ser o dia internacional de 'x' que devemos tratar 'x' de forma diferente dos restantes dias do ano. Mas também acho que assinalar dias especiais é importante porque há que celebrar, há que vincar ideias, direitos e deveres, há que recordar lutas antigas e festejar os seus resultados. Neste caso, do dia internacional das mulheres, eu acho extremamente importante que se faça uma celebração! As mulheres sempre lutaram, e ainda lutam, pela igualdade de diretos, deveres e regalias entre géneros. Isso não é um motivo para termos um dia só nosso no calendário mundial? Eu acho que é. A emancipação da mulher tem de ser celebrada todos os dias, mas qual é o problema de existir um dia que assinala os nossos feitos e conquistas? Eu não vejo problema nenhum e, aliás, acho muito bem. Antes de existir um dia internacional das mulheres as coisas eram mais fáceis para elas? Não. É verdade que existem sociedades em que as mulheres não têm nem metade daquilo que nós, em grande parte do mundo ocidental, temos. E nesses países faz todo o sentido que se lembrem que existe um dia internacional da mulher. Existe um dia para lembrar aqueles que as impedem de evoluir que grande parte do mundo está a lutar para que elas venham a viver numa sociedade justa, onde reina a igualdade de géneros, onde são respeitados os direitos humanos. Serve para que elas não percam a esperança, para que lutem todos os dias de forma a que um dia celebrarem o dia 8 de março pelos mesmos motivos que nós! 

Ultimamente têm surgido cada vez mais movimentos feministas, cada vez temos feito mais conquistas, cada vez há mais mulheres a lutar pelos seus direitos de igualdade, cada vez vemos mais artistas (e eu falo especialmente da minha musa: a Beyoncé) a trabalhar para inspirar mulheres a lutar pelos seus próprios objetivos, a celebrar o seu corpo e a lutar pelos seus direitos. É uma luta que vai dar muitos frutos, frutos que vão ser bons para as gerações futuras que vão ver os seus salários iguais ou superiores aos dos homens, que vão ter tantas ou mais oportunidades no mundo laboral quanto o sexo oposto, que vão ser líderes mundiais. Essas mulheres vão olhar para trás, vão ver toda a luta que tornou o mundo num lugar mais justo para todos e vão querer continuar a celebrar a luta dos seus antepassados - e quando eu falo nas pessoas que lutam pelos diretos das mulheres, falo tanto de mulheres como de homens (aliás: há homens que respeitam mais as mulheres e querem vê-las a subir na vida, tanto ou mais do que aquilo que eles podem subir, do que elas próprias, mas isso já é outra história e não vou entrar por esse caminho, pelo menos não neste ponto).

Eu sou uma mulher e respeito-me a mim própria, respeito o próximo, não deixo que me rebaixem, luto pelos meus objetivos  todos os dias, respeito todas as mulheres que me rodeiam e tento puxar pelas mais inseguras para fazer delas pessoas mais fortes e grandes lutadoras. E não esqueço a quantidade de pessoas que lutaram para eu poder votar, para eu poder estudar e finalizar este ano o meu curso superior, para eu poder viajar, ir tomar café com amigos e sair à noite sem pedir permissão a um homem, para eu poder estar aqui a escrever sobre o que eu quiser, para eu poder vestir-me da forma que eu bem quiser e entender, para eu tomar as minhas próprias decisões sobre a minha vida, para eu não ter de ficar presa às lides domésticas, para eu fazer o que eu quiser, sem medos, sem restrições. Assim, eu acho que toda esta luta e todas estas conquistas têm de ficar assinaladas. O dia 8 de março foi escolhido para marcar tudo isto, para celebrarmos o facto de todos os dias vivermos a vida como queremos. 

E ponto!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Não há ponto como o primeiro

Boa noite, pessoal!

Confesso que este será, provavelmente, o post que mais me deu que pensar. Porquê? Apresentar-me foi fácil, mas não chega para vos convencer de que vale a pena ficarem agarrados a um ecrã a ler tudo aquilo que eu escrevo, não é? Quero começar isto da melhor forma possível, quero agarrar-vos logo de início, quero que se interessem por mim e pela minha escrita. Quero tudo isso e muito mais! Andei o dia inteiro cheia de vontade de escrever sobre tudo e mais alguma coisa, sobre coisas com as quais as minhas palavras andam de mão dada e sobre coisas com as quais as minhas palavras não se identificam mas com as quais não deixam de "dar um pé de dança".
Mal acordei (um à parte: acordei às 6h15 da manhã depois de ter passado a noite inteira a sonhar que não estava a conseguir dormir; acreditem: não é nada positivo passar a noite a sonhar que estão às voltas na cama, a olhar constantemente para o relógio e a ver as horas a passar, sem conseguir pregar olho, quando, no dia seguinte, têm de acordar bastante cedo; a parte boa é que acordei completamente descansada e, por isso, percebi que tinha estado mesmo a sonhar, mas adiante!) liguei o computador para ver as notícias e, claro, que me deparo com 1400 (ah, um facto sobre mim: eu digo muitas vezes o número "1400" como sinónimo de muitos/muitas; por isso, daqui em diante, quando eu disser "1400" não me estou a referir mesmo a 1400 coisas; assim, quando me referir, efetivamente, a 1400 coisas, eu aviso) sobre o facto do nosso primeiro-ministro ser mesmo tótó! 

Quer dizer: o homem anda aqui a cortar todas as regalias a que as pessoas tinham direito para pagarem as dívidas e contribuirem para o país; depois chega-se a saber que o excelentíssimo anda a dever mais de 5000 € à Segurança Social (SS) porque pensava que não era obrigatório contribuir para a Segurança Social. Ele está à espera que as pessoas acreditem e aceitem essa desculpa completamente infantil? Por essa lógica de ideias, acho que posso ir ali ao shopping, passar numa loja com roupa gira e levar tudo o que me apetece sem pagar; se um segurança me chatear por causa disso, eu limito-me a dizer "Oh, amigo, desculpa lá! Eu não sabia que era obrigatório pagar esta roupa toda." Se o primeiro-ministro faz o que faz com a segurança social, eu também posso fazer algo semelhante numa Zara, por exemplo, certo? Se eu tentar esta abordagem, sinceramente, acho que não funciona. Mas chega de falar mal do homem porque, no meio disto tudo, a consciência dele - que eu acredito que seja o grilo que em tempos foi a consciência do Pinóquio e agora é consciência, não de um menino mentiroso mas de um homem cheio de manhas - falou mais alto: não é que, apesar de caducada, ele pagou a sua dívida de, aproximadamente, 3000 € à SS (que, a contar com os juros, ia rondar os 5000 €)? Não me convenceu. Aposto que se isto não tivesse vindo à tona, os 3000 e tal euros continuavam bem quietos e sossegados lá na sua continha! E tenho de concordar com o professor Marcelo Rebelo de Sousa quando pergunta: "Como é que é possível em Portugal, as pessoas irem para primeiro-ministro e não haver uma investigação cuidadosa daquilo que pagaram e não pagaram de impostos e de segurança social anteriormente?”. E, pronto, mais uma trafulhice que fica na nossa história!

Achei que tinha de partilhar convosco a minha opinião sobre este assunto. Porém, não é a única coisa que eu tenho a dizer-vos neste primeiro ponto (ou post)! Aliás, como já disse, andei o dia todo a pensar no que ia escrever hoje e nunca mais saiamos daqui se eu fosse escrever tudo aquilo que pensei dizer-vos. Por isso, optei por partilhar só mais uma coisa, neste caso, a minha opinião sobre um livro que me abriu os olhos para um mundo completamente diferente daquele que eu achei conhecer minimamente (nessa parte de conhecer minimamente eu não errei). Que livro é esse? É ZeroZeroZero de Roberto Saviano. Conhecem? Eu não conhecia Saviano até setembro de 2014, quando na cadeira de Jornalismo Literário o professor sugeriu que lêssemos ZeroZeroZero. E que boa sugestão; fiquei rendida à escrita de Saviano. Passo a apresentá-lo: é italiano e tem 35 anos; é jornalista e escreve para alguns periódicos, se bem que aquilo que o lançou no mundo da escrita foi, sem dúvida, o seu bestseller Gomorra, uma história sobre a máfia napolitana Camorra. Se é o seu bestseller é também um motivo de quase-arrependimento: é ameaçado de morte pela máfia e tem de viver com uma escolta policial desde que lançou o livro.

Mas eu não li Gomorra (apesar de ir comprar esse livro assim que puder porque só pode ser realmente fantástico). Li ZeroZeroZero e é com ele que vou acabar este  gigantesco testamento: é "tu cá, tu lá" e não há falinhas mansas, não há rodeios. As coisas são como são e a realidade do mundo é a cocaína. Esta é, sem dúvida, um dos grandes motores das economias, da política e do dia-a-dia de muita gente - gente que enriquece, gente que morre, gente que apenas consome. É um mundo recheado de crimes horríveis, mortes e torturas extremamente macabras. O México e a Colômbia são identificados por Saviano como sendo os grandes polos da cocaína, em termos de produção, de cartéis, de mortes, de dinheiro e têm ligações a todo o mundo, desde África, ao Brasil, Itália, Londres e Rússia. Mas nós não conhecemos esse mundo, enganamo-nos se achamos que sim. É que a cocaína acaba por ser a moeda única do mundo inteiro. Saviano arrepende-se de saber demasiado sobre mafias, mas sabe que é escrevendo sobre elas, transmitindo aquilo que sabe a quem o lê, o poder de fazer a diferença no mundo e de dar a conhecer a realidade deixam de estar apenas nas suas mãos; passam a estar também nas mãos de quem leu porque agora já sabe e não esquece. Eu, certamente, não esqueço. Estou aqui a usar um pouco do poder que ZeroZeroZero me deu e a colocar nas vossas mãos parte desse mesmo poder!


"Anda a consumir coca quem vai sentado agora ao teu lado no comboio e que a tomou para acordar de manhã, ou o motorista ao volante do autocarro que te leva para casa, por querer fazer todas as horas extraordinárias sem sentir cãibras na cervical. Consome coca quem te é mais próximo. Se não é o teu pai ou a tua mãe, se não é o teu irmão, então é o teu filho. Se não é o teu filho, é o teu chefe.”

E assim, falando de trafulhices políticas do nosso Portugal pequenino (do qual também se fala no livro ZeroZeroZero) e de coca, despeço-me de todos vós! Não há ponto como o primeiro; espero que, realmente, tenha sido um bom início e que, de alguma forma, vos tenha cativado e motivado a ler mais pontos meus.  

domingo, 1 de março de 2015

Olá, pessoal!


Bem, estava na hora de criar um blog meu, um sítio onde eu posso falar sobre o que eu quiser, da forma que bem entender, sem ter grandes preocupações. Como diz o velho ditado popular "quem conta um conto, acrescenta um ponto" e aqui não vai acontecer nada mais que isso; aqui, esse ponto é o meu ponto, é a minha opinião, é a minha cabeça a raciocinar e os meus dedos a teclar para vos dar (ok, estou a rimar...) a conhecer aquilo que eu penso sobre uma panóplia de assuntos.

Primeiro, tenho de me apresentar! Eu sou a Ana Filipa Martins Carlos Rodrigues Mourão e tenho 20 anos. Para começar, vamos excluir quatro destes nomes e limitarmo-nos apenas a dois: Filipa Mourão. É por este nome que eu respondo, é por este nome que as pessoas me conhecem. Não me importo com nenhum dos nomes que vêm depois de Filipa, mas aquele que o antecede (Ana) perturba-me um bocado. Porquê? Não sei. Simplesmente embirrei com ele e odeio que me chamem por esse nome - claro que quando entrei na faculdade tive de começar e engolir esses sapos chamados Ana porque, como devem saber, a maioria dos professores universitários não sabem o nome dos alunos e depois, quando querem chamar alguém, recorrem a uma lista e lá está "Ana" a atormentar-me; não me vou armar em espertalhona e não responder aos professores quando me tratam por Ana, não é? Quer dizer, ia estar a assinar a folhinha de exames de recurso ou de melhoria daí a uns tempos quando o semestre acabasse e a minha nota fosse uma desgraça só porque odeio aquele nome.

Adiante: sou finalista do curso de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social. Se me perguntarem se ser jornalista foi desde sempre o meu sonho de profissão, eu respondo "não"; já quis ser bombeira, polícia, jogadora de futebol, mas a profissão que eu mais tempo ambicionei foi ser atriz. Porém comecei a desenvolver em mim um lado mais comunicativo, mais interessado pelo mundo que me rodeia, comecei a descobrir a magia de ler livros e que adoro escrever. Escrevi, pelo menos, 8 diários e, atenção, não eram diários sobre o meu dia-a-dia, do género "Hoje acordei, fui para a escola, aprendi a tabuada e depois fui para casa, lanchei, jantei e agora vou dormir"; não, os meus diários eram mais interessantes do que isso - a meu ver - porque sempre escrevi sobre aquilo que eu pensava e sentia. Acho que foi aí que comecei a ver o quão importante é conseguirmos transmitir aquilo que pensamos e sentimos, sem medos porque, durante muito tempo, eu só escrevia e não falava, guardava tudo para mim e para as páginas que ia escrever. Mas percebi que para evoluirmos enquanto pessoas e enquanto sociedade é preciso dar voz àquilo que vai dentro de nós. E foi aí que comecei a ter uma certa paixão pelo mundo do Jornalismo: eu vejo o Jornalismo como baluarte da democracia, da liberdade de expressão e do direito à informação, como um motor de desenvolvimento do mundo, como unificador desse mesmo mundo - mas só quando é despido de interesses que emanam do poder. Ao longo destes 3 anos de curso tenho cada vez mais a certeza disso, pelo que tenho aprendido com os profissionais que tenho como professores. E muito recentemente tomei uma das melhores decisões da minha (ainda curta) vida: escolher o atelier prático de jornalismo radiofónico. Assim descobri uma nova paixão, a rádio!


Com o tempo vão conhecer mais de mim. Aqui vou escrever sobre o que penso sobre um qualquer assunto, sobre aquilo que eu bem quiser e entender. Afinal, este é só mais um ponto, mas é o meu!