sábado, 21 de março de 2015

O tempo passa, ainda não decidi nada e isto é mais um ponto


Boa tarde, pessoal!

O tempo vai passando e ainda não decidi nada. Considero-me uma pessoa determinada. Claro que por vezes tenho alguns picos de devaneio, algumas incertezas, mas regra geral sei bem o que quero e como quero fazer as coisas. Desta vez, é diferente. Desta vez sinto-me um bocado perdida. Eu sei o que quero fazer, mas não sei como é que vou conseguir fazê-lo, não sei qual é o meu caminho até lá. Em determinadas situações não gosto de perder o controlo, não gosto de sentir que não sei o que está à minha frente. E agora estou a falar do meu futuro.

Daqui a 3 meses acabo a licenciatura (YEI!). Estes 3 últimos anos passaram a correr. Desde o primeiro ano da faculdade tenho ouvido a pergunta “O que é que vais fazer depois da licenciatura?” e agora tem surgido uma nova pergunta que é: o que é que vais estar a fazer daqui a 2 anos?... Epa, odeio estes questionários. Porque é que tenho de meter a carroça à frente dos bois e pensar no que vou fazer daqui a 3 anos, se nem sei o que é que vou jantar logo à noite? É ótimo termos objetivos (acho que uma pessoa sem objetivos na vida está a desperdiça-la ‘à grande’). É ótimo termos sonhos e idealizarmos o nosso futuro. É ótimo lutarmos por aquilo que queremos. Mas porque é que tenho de dar resposta a este tipo de perguntas? Se respondo “Não sei” fica tudo chocado e dizem “Tens de começar a pensar!”
Penso em respostas para dar a estas pessoas. Começo a olhar para o estado atual do país e do mundo, mas isso não me assusta; não tenho medo de ir para fora, não tenho medo de não trabalhar na área. Porém, o não ter medo não significa que não me importe porque importa e muito: seja em Portugal ou noutro país qualquer, quero trabalhar na área da comunicação (e isto eu sei com todas as minhas forças). Começo a pensar em várias opções, a ouvir várias opiniões de pessoas da minha área e chego à conclusão que gosto e não gosto de muitas coisas, que quero muitas coisas e não quero muitas mais, que umas coisas são mais seguras do que outras, que umas enchiam-me mais o coração e outras iam deixar-me frustrada. Já tive muitas respostas, mas agora a minha resposta é completamente diferente de tudo aquilo que já tinha dito até então. Antes as minhas respostas eram mais compostas. Agora é muito vaga.  
Sei que quero fazer um mestrado. No quê? Excelente pergunta. Já quis publicidade e marketing, relações internacionais, qualquer coisa relacionada com turismo. E agora não quero nada disso. Ou então quero tudo ao mesmo tempo. Pelo menos sei que não quero continuar naquela faculdade. Quero ir para outra fazer o mestrado. Também sei que gostava de fazer Erasmus. Sei que quero ter um trabalho em part-time para poder fazer as minhas coisas sem depender de ninguém.
Acabo por poder responder a essas perguntas, não é? Então: depois da licenciatura quero tirar um mestrado e daqui a 2 anos pretendo estar a acabá-lo, pretendo ter estudado no estrangeiro, pretendo ter algum dinheiro meu, pretendo entrar no mercado de trabalho na minha área (o que deve vir a ser muito difícil), pretendo estar numa rádio, ou num jornal, ou numa televisão. São pretensões. Também sei que este fim-de-semana vou fazer o meu currículo para começar a enviar para tudo o que é meio de comunicação para ir estagiar após a licenciatura. Sei que onde quer que eu vá parar vou dar o máximo e o melhor de mim. E são estas as minhas respostas, os meus objetivos. Melhor que nada, não?

E pronto, isto é mais um ponto.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Um ponto pela justiça e pelos animais

Boa noite, amigos!

Hoje venho ver sobre uma notícia que esta semana tem dado muito que falar. É sobre a morte do Simba ou, como os donos José e Andreia lhe chamavam, Bubu. Toda esta situação tem mexido bastante comigo e não podia deixar de falar disto.

Eu sou do tipo de pessoa que chora (não de medo, mas "de fofura" - sim, é estranho) quando vê um animal, sou do tipo de pessoa que faz vozes estúpidas a falar com eles, que os trata como bebés. Tive peixes, pássaros e hamsters e adorei-os. Mas sempre quis ter um cão e um gato (e quem diz um diz dois ou três) e nunca tive, pelo menos cá em casa (sei que quando tiver uma casa só minha, a primeira coisa que vou fazer é adotar um cão ou um gato, ou os dois). O mais perto que estive de ter um cão ou um gato foi quando os meus avós maternos tiveram um cão chamado Nero e 1400 gatos (ok, não foram 1400, foram 20). Não acompanhei o crescimento do Nero porque ele já era grandalhão quando eu nasci, mas acompanhei o crescimento dos gatos. E é uma relação linda e fortíssima que estabelecemos com os animais, quase de pai e filho.

Sei por experiência própria que há pessoas cruéis neste mundo e que não têm o mínimo de respeito pela vida dos animais. Sei; não pelas notícias, mas sim porque também sofri na pele o que os donos do Simba estão a sofrer. Os vizinhos dos meus avós estavam constantemente a embirrar com os nossos gatos porque iam apanhar sol para a entrada da casa deles. Nós tentávamos evitar que isso acontecesse mas era muito difícil fazer um controlo intenso aos gatos bebés e jovens, que gostavam sempre de partir à descoberta. Certo dia, esses gatos mais novos, mais curiosos, aparecem muito adoentados. Não vou estar a descrever o estado deles porque são imagens horríveis que não me saem da cabeça mas posso dizer que foi agravando e, ao fim de um ou dois dias, encontravamo-los mortos. Viemos a descobrir que foram envenenados pelos vizinhos dos meus avós. Custou-me horrores na altura e agora as lágrimas vêm-me aos olhos só por pensar nisto. É uma crueldade tremenda. É horrível. Uma coisa é morrer de velhice ou por uma doença complicada e não tratável. Outra coisa é serem assassinados por pessoas que não têm um pingo de decência, um pingo de respeito pela vida - digo pela vida sem especificar animal ou humana porque eu acho, sinceramente, que estas pessoas facilmente matariam outras.

Há pouco tempo deparei-me com a mesma situação, mas os gatos não eram meus. Eram da minha vizinha, também uma ninhada de gatos que foi envenenada e a mãe também porque estavam sempre a invadir o quintal dessa vizinha. Também invadiam o meu e daí? Deparei-me com os gatinhos debaixo do meu carro a morrer aos poucos e poucos, também envenenados.
O meu namorado tem um cão, o Pu. Ele é um pit bull red nose e tem sido vítima de muito preconceito por ser de uma raça dita perigosa. Mas o Pu não é violento, antes pelo contrário. Porém, não se livra desse estigma e já um homem lhe deu um pontapé só por ele estar a passar ao pé dele, sem lhe ladrar, sem saltar para cima, e mesmo depois do pontapé o Pu não lhe fez nada.

Depois disto tudo, esta notícia do Simba não deixou de me chocar e sensibilizar pelo ato de barbárie que é. Um cão que era o melhor amigo, que era a companhia , que era a alegria , que era o "filho", que era parte de alguém. Agora que foi provado pela autópsia que, contrariamente àquilo que o assassino disse, os disparos foram feitos mesmo contra o Simba - portanto, não foi nenhum "aviso" ou "tiro para o ar"; foi para matar, foi isso. A queixa foi apresentada à GNR pelos donos do Simba e a arma já foi apreendida. O dono do Simba escreveu na página do Facebook: "Eu não quero que a morte do meu cão, do meu Bubu seja em vão, precisamos de justiça e acreditamos tanto na do homem como na de Deus que nunca falha e nunca tarda (...) para as centenas de animais que sofrem nas mãos da crueldade do homem, de pessoas de má índole que são autorizadas a possuir armas em casa, a disparar sobre outros animais e rechear paredes com cabeças de animais mortos. (...) Peço-vos, por tudo, pelo mundo, pela lei, pela justiça, pelos animais, pelo meu Simba, pela minha mulher que nos ajudem a divulgar esta triste história. Peço-vos que a morte do Simba não seja em vão."

Foi em outubro de 2014 que entrou em vigor a lei que criminaliza os maus-tratos contra animais: "quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão" e se desses maus tratos "resultar a morte do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção", o autor do crime deve ser "punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias." A minha questão é: será que a justiça vai ser feita? Já anda a circular uma petição pública para que se faça justiça e eu já a assinei. E deixo aqui o link (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76386) porque vou sempre lutar pelas causas e pelos valores que para mim são mais importantes; esta causa é um desses casos porque enquanto cidadã do mundo quero ver justiça a ser feita!

E este é mais ponto.

sexta-feira, 6 de março de 2015

O meu ponto sobre o dia internacional da mulher

Boa tarde, pessoal! 

Hoje apetece-me falar sobre o dia da mulher. Sim, é um tema muito "batido", mas acho que vale a pena continuar a falar dele porque enquanto as coisas são faladas não são esquecidas e os problemas vão sendo resolvidos. 

Está a aproximar-se o dia internacional da mulher e muita gente demonstra estar revoltada com a existência deste dia. Consideram que acentua as diferenças entre géneros, que perpetua a necessidade de não esquecer que as mulheres são seres humanos com os mesmos direitos e deveres que os homens, acham que este dia internacional não deve existir da mesma forma que não existe um dia especial para o homem, etc. etc. etc.. Ora, não ouvimos já esta lengalenga em relação a todos os dias internacionais, nacionais ou especiais em que se assina-la alguma coisa? Porra, alguém que assinale um dia qualquer para ser o dia internacional do homem ou então que acabe com os dias internacionais que revoltam as pessoas por acharem que "não deve ser só nesse dia que se celebra x e y". A sério, eu não tenho paciência. Se calhar estas pessoas também não gostam de celebrar os seus aniversários, nem os aniversários dos outros, nem Natal, nem a passagem de Ano, nem nada. Então vamos ignorar tudo o que é celebração só porque achamos que "o dia dos namorados é todos os dias", "o natal é todos os dias", "o dia da mãe/pai/avós é todos os dias", "o carnaval é todos os dias", "o dia da mulher é todos os dias" e por ai fora. 

Eu concordo com uma coisa: não é por ser o dia internacional de 'x' que devemos tratar 'x' de forma diferente dos restantes dias do ano. Mas também acho que assinalar dias especiais é importante porque há que celebrar, há que vincar ideias, direitos e deveres, há que recordar lutas antigas e festejar os seus resultados. Neste caso, do dia internacional das mulheres, eu acho extremamente importante que se faça uma celebração! As mulheres sempre lutaram, e ainda lutam, pela igualdade de diretos, deveres e regalias entre géneros. Isso não é um motivo para termos um dia só nosso no calendário mundial? Eu acho que é. A emancipação da mulher tem de ser celebrada todos os dias, mas qual é o problema de existir um dia que assinala os nossos feitos e conquistas? Eu não vejo problema nenhum e, aliás, acho muito bem. Antes de existir um dia internacional das mulheres as coisas eram mais fáceis para elas? Não. É verdade que existem sociedades em que as mulheres não têm nem metade daquilo que nós, em grande parte do mundo ocidental, temos. E nesses países faz todo o sentido que se lembrem que existe um dia internacional da mulher. Existe um dia para lembrar aqueles que as impedem de evoluir que grande parte do mundo está a lutar para que elas venham a viver numa sociedade justa, onde reina a igualdade de géneros, onde são respeitados os direitos humanos. Serve para que elas não percam a esperança, para que lutem todos os dias de forma a que um dia celebrarem o dia 8 de março pelos mesmos motivos que nós! 

Ultimamente têm surgido cada vez mais movimentos feministas, cada vez temos feito mais conquistas, cada vez há mais mulheres a lutar pelos seus direitos de igualdade, cada vez vemos mais artistas (e eu falo especialmente da minha musa: a Beyoncé) a trabalhar para inspirar mulheres a lutar pelos seus próprios objetivos, a celebrar o seu corpo e a lutar pelos seus direitos. É uma luta que vai dar muitos frutos, frutos que vão ser bons para as gerações futuras que vão ver os seus salários iguais ou superiores aos dos homens, que vão ter tantas ou mais oportunidades no mundo laboral quanto o sexo oposto, que vão ser líderes mundiais. Essas mulheres vão olhar para trás, vão ver toda a luta que tornou o mundo num lugar mais justo para todos e vão querer continuar a celebrar a luta dos seus antepassados - e quando eu falo nas pessoas que lutam pelos diretos das mulheres, falo tanto de mulheres como de homens (aliás: há homens que respeitam mais as mulheres e querem vê-las a subir na vida, tanto ou mais do que aquilo que eles podem subir, do que elas próprias, mas isso já é outra história e não vou entrar por esse caminho, pelo menos não neste ponto).

Eu sou uma mulher e respeito-me a mim própria, respeito o próximo, não deixo que me rebaixem, luto pelos meus objetivos  todos os dias, respeito todas as mulheres que me rodeiam e tento puxar pelas mais inseguras para fazer delas pessoas mais fortes e grandes lutadoras. E não esqueço a quantidade de pessoas que lutaram para eu poder votar, para eu poder estudar e finalizar este ano o meu curso superior, para eu poder viajar, ir tomar café com amigos e sair à noite sem pedir permissão a um homem, para eu poder estar aqui a escrever sobre o que eu quiser, para eu poder vestir-me da forma que eu bem quiser e entender, para eu tomar as minhas próprias decisões sobre a minha vida, para eu não ter de ficar presa às lides domésticas, para eu fazer o que eu quiser, sem medos, sem restrições. Assim, eu acho que toda esta luta e todas estas conquistas têm de ficar assinaladas. O dia 8 de março foi escolhido para marcar tudo isto, para celebrarmos o facto de todos os dias vivermos a vida como queremos. 

E ponto!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Não há ponto como o primeiro

Boa noite, pessoal!

Confesso que este será, provavelmente, o post que mais me deu que pensar. Porquê? Apresentar-me foi fácil, mas não chega para vos convencer de que vale a pena ficarem agarrados a um ecrã a ler tudo aquilo que eu escrevo, não é? Quero começar isto da melhor forma possível, quero agarrar-vos logo de início, quero que se interessem por mim e pela minha escrita. Quero tudo isso e muito mais! Andei o dia inteiro cheia de vontade de escrever sobre tudo e mais alguma coisa, sobre coisas com as quais as minhas palavras andam de mão dada e sobre coisas com as quais as minhas palavras não se identificam mas com as quais não deixam de "dar um pé de dança".
Mal acordei (um à parte: acordei às 6h15 da manhã depois de ter passado a noite inteira a sonhar que não estava a conseguir dormir; acreditem: não é nada positivo passar a noite a sonhar que estão às voltas na cama, a olhar constantemente para o relógio e a ver as horas a passar, sem conseguir pregar olho, quando, no dia seguinte, têm de acordar bastante cedo; a parte boa é que acordei completamente descansada e, por isso, percebi que tinha estado mesmo a sonhar, mas adiante!) liguei o computador para ver as notícias e, claro, que me deparo com 1400 (ah, um facto sobre mim: eu digo muitas vezes o número "1400" como sinónimo de muitos/muitas; por isso, daqui em diante, quando eu disser "1400" não me estou a referir mesmo a 1400 coisas; assim, quando me referir, efetivamente, a 1400 coisas, eu aviso) sobre o facto do nosso primeiro-ministro ser mesmo tótó! 

Quer dizer: o homem anda aqui a cortar todas as regalias a que as pessoas tinham direito para pagarem as dívidas e contribuirem para o país; depois chega-se a saber que o excelentíssimo anda a dever mais de 5000 € à Segurança Social (SS) porque pensava que não era obrigatório contribuir para a Segurança Social. Ele está à espera que as pessoas acreditem e aceitem essa desculpa completamente infantil? Por essa lógica de ideias, acho que posso ir ali ao shopping, passar numa loja com roupa gira e levar tudo o que me apetece sem pagar; se um segurança me chatear por causa disso, eu limito-me a dizer "Oh, amigo, desculpa lá! Eu não sabia que era obrigatório pagar esta roupa toda." Se o primeiro-ministro faz o que faz com a segurança social, eu também posso fazer algo semelhante numa Zara, por exemplo, certo? Se eu tentar esta abordagem, sinceramente, acho que não funciona. Mas chega de falar mal do homem porque, no meio disto tudo, a consciência dele - que eu acredito que seja o grilo que em tempos foi a consciência do Pinóquio e agora é consciência, não de um menino mentiroso mas de um homem cheio de manhas - falou mais alto: não é que, apesar de caducada, ele pagou a sua dívida de, aproximadamente, 3000 € à SS (que, a contar com os juros, ia rondar os 5000 €)? Não me convenceu. Aposto que se isto não tivesse vindo à tona, os 3000 e tal euros continuavam bem quietos e sossegados lá na sua continha! E tenho de concordar com o professor Marcelo Rebelo de Sousa quando pergunta: "Como é que é possível em Portugal, as pessoas irem para primeiro-ministro e não haver uma investigação cuidadosa daquilo que pagaram e não pagaram de impostos e de segurança social anteriormente?”. E, pronto, mais uma trafulhice que fica na nossa história!

Achei que tinha de partilhar convosco a minha opinião sobre este assunto. Porém, não é a única coisa que eu tenho a dizer-vos neste primeiro ponto (ou post)! Aliás, como já disse, andei o dia todo a pensar no que ia escrever hoje e nunca mais saiamos daqui se eu fosse escrever tudo aquilo que pensei dizer-vos. Por isso, optei por partilhar só mais uma coisa, neste caso, a minha opinião sobre um livro que me abriu os olhos para um mundo completamente diferente daquele que eu achei conhecer minimamente (nessa parte de conhecer minimamente eu não errei). Que livro é esse? É ZeroZeroZero de Roberto Saviano. Conhecem? Eu não conhecia Saviano até setembro de 2014, quando na cadeira de Jornalismo Literário o professor sugeriu que lêssemos ZeroZeroZero. E que boa sugestão; fiquei rendida à escrita de Saviano. Passo a apresentá-lo: é italiano e tem 35 anos; é jornalista e escreve para alguns periódicos, se bem que aquilo que o lançou no mundo da escrita foi, sem dúvida, o seu bestseller Gomorra, uma história sobre a máfia napolitana Camorra. Se é o seu bestseller é também um motivo de quase-arrependimento: é ameaçado de morte pela máfia e tem de viver com uma escolta policial desde que lançou o livro.

Mas eu não li Gomorra (apesar de ir comprar esse livro assim que puder porque só pode ser realmente fantástico). Li ZeroZeroZero e é com ele que vou acabar este  gigantesco testamento: é "tu cá, tu lá" e não há falinhas mansas, não há rodeios. As coisas são como são e a realidade do mundo é a cocaína. Esta é, sem dúvida, um dos grandes motores das economias, da política e do dia-a-dia de muita gente - gente que enriquece, gente que morre, gente que apenas consome. É um mundo recheado de crimes horríveis, mortes e torturas extremamente macabras. O México e a Colômbia são identificados por Saviano como sendo os grandes polos da cocaína, em termos de produção, de cartéis, de mortes, de dinheiro e têm ligações a todo o mundo, desde África, ao Brasil, Itália, Londres e Rússia. Mas nós não conhecemos esse mundo, enganamo-nos se achamos que sim. É que a cocaína acaba por ser a moeda única do mundo inteiro. Saviano arrepende-se de saber demasiado sobre mafias, mas sabe que é escrevendo sobre elas, transmitindo aquilo que sabe a quem o lê, o poder de fazer a diferença no mundo e de dar a conhecer a realidade deixam de estar apenas nas suas mãos; passam a estar também nas mãos de quem leu porque agora já sabe e não esquece. Eu, certamente, não esqueço. Estou aqui a usar um pouco do poder que ZeroZeroZero me deu e a colocar nas vossas mãos parte desse mesmo poder!


"Anda a consumir coca quem vai sentado agora ao teu lado no comboio e que a tomou para acordar de manhã, ou o motorista ao volante do autocarro que te leva para casa, por querer fazer todas as horas extraordinárias sem sentir cãibras na cervical. Consome coca quem te é mais próximo. Se não é o teu pai ou a tua mãe, se não é o teu irmão, então é o teu filho. Se não é o teu filho, é o teu chefe.”

E assim, falando de trafulhices políticas do nosso Portugal pequenino (do qual também se fala no livro ZeroZeroZero) e de coca, despeço-me de todos vós! Não há ponto como o primeiro; espero que, realmente, tenha sido um bom início e que, de alguma forma, vos tenha cativado e motivado a ler mais pontos meus.  

domingo, 1 de março de 2015

Olá, pessoal!


Bem, estava na hora de criar um blog meu, um sítio onde eu posso falar sobre o que eu quiser, da forma que bem entender, sem ter grandes preocupações. Como diz o velho ditado popular "quem conta um conto, acrescenta um ponto" e aqui não vai acontecer nada mais que isso; aqui, esse ponto é o meu ponto, é a minha opinião, é a minha cabeça a raciocinar e os meus dedos a teclar para vos dar (ok, estou a rimar...) a conhecer aquilo que eu penso sobre uma panóplia de assuntos.

Primeiro, tenho de me apresentar! Eu sou a Ana Filipa Martins Carlos Rodrigues Mourão e tenho 20 anos. Para começar, vamos excluir quatro destes nomes e limitarmo-nos apenas a dois: Filipa Mourão. É por este nome que eu respondo, é por este nome que as pessoas me conhecem. Não me importo com nenhum dos nomes que vêm depois de Filipa, mas aquele que o antecede (Ana) perturba-me um bocado. Porquê? Não sei. Simplesmente embirrei com ele e odeio que me chamem por esse nome - claro que quando entrei na faculdade tive de começar e engolir esses sapos chamados Ana porque, como devem saber, a maioria dos professores universitários não sabem o nome dos alunos e depois, quando querem chamar alguém, recorrem a uma lista e lá está "Ana" a atormentar-me; não me vou armar em espertalhona e não responder aos professores quando me tratam por Ana, não é? Quer dizer, ia estar a assinar a folhinha de exames de recurso ou de melhoria daí a uns tempos quando o semestre acabasse e a minha nota fosse uma desgraça só porque odeio aquele nome.

Adiante: sou finalista do curso de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social. Se me perguntarem se ser jornalista foi desde sempre o meu sonho de profissão, eu respondo "não"; já quis ser bombeira, polícia, jogadora de futebol, mas a profissão que eu mais tempo ambicionei foi ser atriz. Porém comecei a desenvolver em mim um lado mais comunicativo, mais interessado pelo mundo que me rodeia, comecei a descobrir a magia de ler livros e que adoro escrever. Escrevi, pelo menos, 8 diários e, atenção, não eram diários sobre o meu dia-a-dia, do género "Hoje acordei, fui para a escola, aprendi a tabuada e depois fui para casa, lanchei, jantei e agora vou dormir"; não, os meus diários eram mais interessantes do que isso - a meu ver - porque sempre escrevi sobre aquilo que eu pensava e sentia. Acho que foi aí que comecei a ver o quão importante é conseguirmos transmitir aquilo que pensamos e sentimos, sem medos porque, durante muito tempo, eu só escrevia e não falava, guardava tudo para mim e para as páginas que ia escrever. Mas percebi que para evoluirmos enquanto pessoas e enquanto sociedade é preciso dar voz àquilo que vai dentro de nós. E foi aí que comecei a ter uma certa paixão pelo mundo do Jornalismo: eu vejo o Jornalismo como baluarte da democracia, da liberdade de expressão e do direito à informação, como um motor de desenvolvimento do mundo, como unificador desse mesmo mundo - mas só quando é despido de interesses que emanam do poder. Ao longo destes 3 anos de curso tenho cada vez mais a certeza disso, pelo que tenho aprendido com os profissionais que tenho como professores. E muito recentemente tomei uma das melhores decisões da minha (ainda curta) vida: escolher o atelier prático de jornalismo radiofónico. Assim descobri uma nova paixão, a rádio!


Com o tempo vão conhecer mais de mim. Aqui vou escrever sobre o que penso sobre um qualquer assunto, sobre aquilo que eu bem quiser e entender. Afinal, este é só mais um ponto, mas é o meu!