terça-feira, 15 de março de 2016

Um ponto maquilhado

Bom dia, pessoal!

Hoje vi uma notícia do DN online que me incitou a falar sobre um tema sobre o qual já tinha vontade de escrever há algum tempo. Ora, a notícia tem o título "Elas são lindas... mesmo sem maquilhagem" e, basicamente, fala de um movimento que está a surgir na Internet pelas mãos (ou pelas caras, a bem dizer) de mulheres, que são figuras públicas portuguesas, para mostrar que não são uns pós, uns riscos e uns cremes que fazem a beleza de uma mulher. Isto não é nada de novo mas tem muita importância. E se existe a necessidade de continuar a fazer este tipo de movimentos é porque, realmente, alguma coisa ainda não está bem.  

Nas redes sociais, farto-me de ver "piadas" sobre as mulheres e a maquilhagem. Piadas entre aspas, sim. Porque não são piadas. São apenas o reflexo da mentalidade ridícula que continua a existir em torno daquilo que é a mulher. Existem aquelas pessoas que menosprezam a beleza de uma mulher que habitualmente se maquilha quando a veem sem maquilhagem. “O marido/namorado deve ter-se assustado quando a viu sem maquilhagem pela primeira vez. Só fica bonita com maquilhagem.” A isto eu lanço o ‘lol’ mais irónico de sempre. A mulher não existe para agradar à vista. E se há vista à qual ela quer agradar, deve ser à sua e à de mais ninguém!

E a mulher que não se maquilha? Se não usa maquilhagem, não significa que é desleixada, que não se preocupa consigo mesma e muito menos significa que não é bonita. Não é menos bonita do que a que usa, mas também não é mais real do que a que o faz. 

A meu ver é assim. Mulher que é mulher, usa (ou não usa) maquilhagem para se sentir bem consigo mesma. Não porque existe uma competição para captar todos os olhares que passam na rua. Não porque "tem" de agradar alguém. Não! Se o fazem por isso, tenho pena porque vão continuar a perpetuar a ideia de que a mulher é um objeto. Mas existe efetivamente uma diferença entre a mulher que usa e a que não usa maquilhagem. Essa diferença é que uma vai ter muito mais trabalho do que a outra ao lavar a cara quando se for deitar. É isso, apenas isso e nada mais. 

E foi mais um ponto! 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O primeiro ponto do ano

Olá, pessoal!
Portugal é um país que me espanta, para o bem e para o mal. Costumo fugir à regra de dizer mal do meu país porque existe aqui muita coisa boa e muito boa gente, mas há situações em que realmente não dá para dizer bem.
Confesso que não sou a pessoa mais entendida em política e que esta não é uma temática frequente nas conversas que tenho nem com a minha família nem com os meus amigos. Mas sou uma pessoa que dá valor àquilo que tem: um país democrático, um país onde posso votar, onde posso pensar e falar sem represálias. No fundo, um país onde sou livre. Posto isto: que m**** vem a ser esta? Mais de metade da população não votou. Acho que a mítica frase “o povo é quem mais ordena” devia ser reformulada para “quase metade do povo é quem mais ordena”.
Se não pudéssemos votar, todos queriam ter esse direito. Sim, é "só" um direito e temos liberdade para não usufruir dele. Mas é também um dever cívico. Podemos não nos rever em nenhum candidato e podemos achar que a campanha foi fraca. Mas pelo menos vamos cumprir o nosso dever enquanto cidadãos. Podemos não gostar e não entender nada de política. Mas não é difícil encontrar informação na Internet que nos esclareça minimamente e que nos permita fazer uma escolha. E enquanto houver gente a pensar que não vale a pena votar, não vamos a lado nenhum, não evoluímos. O sistema pode não ser o melhor, mas se calhar as pessoas deviam pensar que não é sentadas no sofá ou numa esplanada que vão fazer alguma coisa para que o sistema mude.
Para a próxima, vão votar nem que seja só para depois poderem reclamar com aquele que os outros elegeram (se não votam, também não devem queixar-se daqueles que os outros elegeram) ou para dizerem que aquele em quem votaram e que ganhou as eleições é altamente! Ou então pensem que é mais um momento para não serem sedentários; mexem-se um bocado para ir até à assembleia de voto e voltar para casa, e assim não só contribuem para a sociedade como também gastam calorias! Ou então, para aqueles que têm milhares de seguidores nas redes sociais, vão votar, tirem uma foto à assembleia de voto, ao boletim ou ao outfit que vão usar para ir votar e postem nas vossas páginas; assim, não só ficam bem vistos como também usam os vossos poderes sociais para fazer o bem pois vão levar algumas pessoas a ir votar também (nem que seja para poderem tirar uma foto a esse momento...)! Mas primeiro informem-se sobre os candidatos, claro.   
A última golpada de Cavaco Silva em relação à adoção por casais do mesmo sexo e à interrupção voluntária da gravidez dá-me a volta à cabeça. Estamos no séc. XXI, há que abandonar mentalidades e estereótipos retrógrados. A mulher é um ser capaz de tomar decisões por si só e um casal homossexual é capaz de amar e cuidar de uma criança tão bem ou melhor do que um casal heterossexual. Está claro que num país onde metade do povo não se pronuncia, o resultado é este. Agora, a maioria dos que se pronunciaram votou em Marcelo (e eu não faço parte dessa maioria), que andou na mesma "escola" que Cavaco. Vamos ver se será uma sequela ou um novo filme. Espero que seja um filme novo e melhor. 
Acabou-se o ponto. 

domingo, 15 de novembro de 2015

Um ponto e uma revolta

Olá, pessoal.

É o horror, é o massacre e é a desumanidade. E, ao mesmo tempo, é para refletir sobre a hipocrisia de muita gente que só de vez em quando é que se lembra de ser solidária e de rezar por alguém.

Só quando acontece aqui ao lado é que se lembram de mudar as cores da fotografia do perfil, de publicar imagens e mensagens solidárias. Só quando acontece aqui ao lado.
Mas o que aconteceu em Paris é o dia-a-dia de muita gente noutros países do mundo. Já quando aconteceu o ataque ao Charlie Hebdo, toda a gente era “Charlie”. Mas quando atacaram uma universidade no Quénia não me lembro de ter visto esse tipo de mensagens. E quando o Boko Haram mata milhares de pessoas? E quando mataram pessoas nos hotéis na Tunísia? E quando os atentados e os massacres são, praticamente, o dia-a-dia nos países árabes? (e muita gente não vê que os refugiados estão a fugir disso mesmo). E mais.

Porque é que as pessoas não são solidárias com isso também? Porque é que não mudam as cores da fotografia, porque é que não publicam 1400 coisas a mostrar que estão sensibilizadas?

Acho bem mostrar que o mundo se une contra o terrorismo, mas não acho bem que o mundo só se una quando o terrorismo acontece no ocidente.

Se calhar, se não vivêssemos constantemente a olhar para o nosso umbigo e nos preocupássemos mais com o que acontece fora da Europa, se se deixassem de palavras bonitas e passassem à ação, se calhar já podiam ter intervindo à mais tempo e evitado muitas mortes em todo o mundo. E isto aplica-se tanto ao terrorismo como a outras tantas questões – já quando foi a crise do ébola, o pânico só se instalou quando chegou à Europa porque antes já tinham morrido milhares de pessoas e ninguém quis saber.

Só quando chega à Europa é que se torna um problema. Esse é que é o verdadeiro problema.

E este foi mais um ponto.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um ponto sobre certa pessoa

Olá, pessoal!
Passei um mês sem tocar no teclado para este propósito. No entanto, tem acontecido muita coisa: os refugiados a chegar à Europa, as eleições legislativas e a confusão da formação de governo, a corrida às presidenciais do próximo ano, entre outras coisas. Não vou falar de nada disso, pelo menos não diretamente.

Venho falar de alguém que provavelmente conhecem, ou de quem já ouviram falar. Bem, se calhar até são esse alguém. Já se vê.
É aquela pessoa que tem uma opinião sobre tudo. E essa opinião normalmente baseia-se no olhar superficial sobre as coisas. Isto quando olha para elas. Muitas vezes nem se digna a fazê-lo, nem sabe que elas existem. Mas como ouviu outra pessoa falar sobre isso, absorve aquilo que foi dito.

Conhecendo ou não a pessoa, não tendo certezas quanto à veracidade daquilo que ouviu, o que importa é fixar aquilo para depois mandar umas "postas de pescada".  Porque falar sobre tudo é sinal de ser uma pessoa informada.

É informada porquê? Então não é óbvio? Porque, para além de ouvir e repetir aquilo que foi dito pelo outro, também lê o jornal todos os dias e vê os noticiários televisivos! Pena que não tome atenção a mais de metade daquilo que é dito nesses meios e depois retire conclusões erradas e precipitadas sobre a maioria dos assuntos. Muitas vezes até parece nem compreender a própria língua. Se calhar é esse o problema.

Já sabem de quem estou a falar? É aquela pessoa que, apesar disto tudo, é capaz de ter as ideias mais fixas e o pensamento mais extremista. Caindo um pouco no exagero, é aquela pessoa que ainda acha que a linha do horizonte é o abismo, que o Sol gira à volta da Terra. Agora mais a sério: é aquela pessoa que está sempre contra tudo e contra todos simplesmente porque não os compreende.

Se ainda não se conheciam, acabei de vos apresentar.

Eu cá continuo a achar que às vezes mais vale estar calada para não cair na triste figura da pessoa ali de cima.

E foi mais um ponto.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Um estágio e um ponto

Olá, pessoal! 
Já comecei a estagiar. Entrei nesta 'aventura' há pouco mais de uma semana e esta é a minha primeira aproximação ao mundo laboral, mas acredito que não podia ter tido mais sorte.

Tem sido uma experiência fantástica. São 6h diárias que passam a voar - eu só olho para o relógio por curiosidade e não por desespero; são umas horas em que eu me divirto imenso, em que aprendo "1400" coisas novas, em que testo os conhecimentos que o curso me transmitiu, em que sou desafiada a sair da zona de conforto (e saio com o todo o gosto!).

Isto mais parece um diário, pois é. No entanto, eu quero falar disto porque estou a passar por uma das melhores etapas da minha vida e porque eu acredito que tudo tem uma razão de ser; todas as coisas que acontecem, todas as pessoas com quem nos cruzamos, sejam boas ou más.

Não é que acredite no destino, nem em seres sobrenaturais ou omniscientes. Não. Eu simplesmente acho que para cada decisão que tomamos existe uma razão, e é isso que nos vai permitir retirar uma lição.

Por tudo isto, acho que este estágio vai mudar a minha vida. Para já, limito-me a aproveitá-lo ao máximo e a dar o meu melhor. No futuro, logo se vê o que acontece! Sei que tudo o que estou a aprender e todas as pessoas que estão a fazer parte deste processo vão marcar-me e, de alguma forma, construir parte do meu futuro (se não for do meu futuro, tudo isto vai fazer pelo menos parte da minha história).

E também é mais um ponto!
Filipa Mourão

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Um ponto com saudades de um outro verão

Olá!

Escrever no computador tornou-se muito mais interessante desde que o meu “c” deixou de funcionar. Há pouco tempo decidi entornar umas gotas de água no teclado. O “v” esteve em coma durante um dia e depois agarrou-se à vida. Depois disso o “c” desistiu de viver. É chato porque agora tenho de ir a um sítio copiar o “c” e depois colar. E pela quantidade de vezes que já o fiz só a escrever este parágrafo, parece-me que o “c” realmente é uma letra muito importante no nosso dia-a-dia. Este é sem dúvida o ponto que mais trabalho me vai dar pelo simples facto de que o meu “c” está fora de serviço. (Sim, eu podia usar o teclado virtual, mas não tenho paciência. Podia ter um outro teclado, mas não tenho. Tenho de levar mesmo com as consequências dos meus atos.)   
Hoje trago um ponto mais pessoal. Talvez seja arriscado, mas não tenho medo. Apetece-me e pronto, escrevo.

O verão faz-me sempre recuar no tempo. A vocês não? Faz-me lembrar o tempo em que eu passava o verão com os meus avós. Foram, até hoje, os melhores verões da minha vida e já não tenho nada parecido há uns bons anos. Restam as saudades e as recordações. A saudade é o preço de todos os momentos inesquecíveis que passamos com aqueles que mais amamos, mesmo que na altura não pareçam assim tão significantes.
Tenho saudades de ir à praia bem cedinho com a minha avó. Ela deixava-me sempre levar as barbies para a praia para brincar com elas no “caldeirão” da praia das Avencas. Tenho saudades de ver o meu avô sentado no jardim a ver o mar, os carros a passar na marginal e sempre atento àquilo que eu e a minha irmã fazíamos. Tenho saudades dos docinhos que a minha avó nos trazia e do olhar guloso do meu avô sempre à espera que também partilhássemos com ele. A minha avó ralhava sempre com ele, dizia “Isso é das meninas!”, coitado; às escondidas, nós dávamos-lhe sempre um bocadinho. Tenho saudades de quando eles nos levavam ao parque da Parede para dar pão aos patos e brincar. Tenho saudades de os ouvir dizer que iam ligar aos meus pais quando eu e a minha irmã estávamos a ser mais traquinas, sabendo sempre que eles nunca ligariam (o meu avô não tinha jeito com telefones e mesmo que tivesse não ligava porque tanto ele como a minha avó odiavam quando os meus pais ralhavam connosco, especialmente a minha avó). Tenho saudades de quando ficava com eles a ver as telenovelas todas (eram as noitadas da altura). Tenho saudades deles. Tenho saudades daquele amor e carinho que só eles sabiam dar. Tenho saudades dos sorrisos, dos abraços, das vozes.


E este é mais um ponto!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O ponto pós celibato

Olá! 

Sei que não escrevo há imenso tempo. Peço desculpa por andar tão descuidada! Não foi por não me apetecer. Não foi por falta de tempo. Não foi pela inexistência de temas. Foi, simplesmente, pelo cansaço do final do semestre e pelo início das férias. Depois da tempestade vem a bonança e uma pessoa fica num estado de inércia que é estúpido. É que andei três semanas agarrada ao computador a fazer trabalhos e resumos, já não podia ver o computador à frente; quando me vi de férias, quis fazer um celibato de computador.

Entretanto: fiz 21 anos, acabei a licenciatura, vou começar a estagiar brevemente (wish me luck!) e acabei por me inscrever num mestrado, no qual fui aceite. Portanto, posso dizer que as coisas estão a correr bem! Hoje regresso do meu celibato de computador e de pontos. O que é que tenho para dizer? Muita coisa. 
Primeiro: tenho reparado que ultimamente anda muita gente a matar-se e a matar outras pessoas que lhes “são queridas”. Já repararam nisso? Não percebo qual é a origem desta doença que anda a perturbar tanta gente neste país. É da crise? Epa, se calhar. Mas não há justificação possível para estes crimes. Não percebo nada de psicologias nem psiquiatrias, mas percebo que há ai muita gente descompensada. Estas mortes revoltam-me. São maridos que matam as mulheres porque elas já não querem estar com eles (e, por vezes, depois suicidam-se) são amigos que matam outros sem razão aparente, e muito mais. E eu não percebo porque é que alguém se acha no direito de acabar com a vida de outra pessoa só porque leva com um “não”. E depois matam-se a si próprias. Quer dizer… É cobardia e egoísmo, não? Enfim. 
Já que estamos numa onda de doença, gostava também de saber como é que em pleno séc. XXI ainda existe (que nunca devia ter existido, começando logo por aí) na China um festival em que se matam e torturam cães para depois os servirem como comida. Epa, gostava de saber quais são as motivações das pessoas para participar neste festival de horrores. As organizações de proteção de animais já têm tentado acabar com isto, já foram assinadas petições para o mesmo efeito. Mas a verdade é que isto requere uma intervenção mais “hardcore”, como eu costumo dizer. Não são pessoas quem participa neste festival. São monstros. E dão-me um nojo imenso. Em que raio de mundo vivemos?
Felizmente depois existem pessoas que têm um coração de ouro e dão tudo para ajudar os outros. Não sei se viram a reportagem “Até Voares” da jornalista Ana Leal (TVI) mas se não viram, deviam ver. Ali está o exemplo da bondade que ainda existe neste mundo e no nosso país. O Sr. João Almiro, que já fez os seus 90 anos, ajuda desde sempre pessoas que estão à margem da sociedade, pessoas que são olhadas de lado, pessoas a quem não são dadas oportunidades para mudarem de vida, pessoas que nada têm. Dá-lhes tudo o que tem para que tenham uma oportunidade de conseguir uma vida melhor. São estas pessoas que dão bom nome à humanidade e não aqueles que matam outras pessoas e animais só porque sim.

Este foi mais um ponto.