Boa noite, amigos!
Hoje venho ver sobre uma notícia que esta semana tem dado muito
que falar. É sobre a morte do Simba ou, como os donos José e Andreia lhe
chamavam, Bubu. Toda esta situação tem mexido bastante comigo e não podia
deixar de falar disto.
Eu sou do tipo de pessoa que chora (não de medo, mas "de
fofura" - sim, é estranho) quando vê um animal, sou do tipo de pessoa que
faz vozes estúpidas a falar com eles, que os trata como bebés. Tive peixes,
pássaros e hamsters e adorei-os. Mas sempre quis ter um cão e um gato (e quem
diz um diz dois ou três) e nunca tive, pelo menos cá em casa (sei que quando
tiver uma casa só minha, a primeira coisa que vou fazer é adotar um cão ou um
gato, ou os dois). O mais perto que estive de ter um cão ou um gato foi quando
os meus avós maternos tiveram um cão chamado Nero e 1400 gatos (ok, não foram
1400, foram 20). Não acompanhei o crescimento do Nero porque ele já era
grandalhão quando eu nasci, mas acompanhei o crescimento dos gatos. E é uma
relação linda e fortíssima que estabelecemos com os animais, quase de pai e
filho.
Sei por experiência própria que há pessoas cruéis neste mundo e
que não têm o mínimo de respeito pela vida dos animais. Sei; não pelas
notícias, mas sim porque também sofri na pele o que os donos do Simba estão a
sofrer. Os vizinhos dos meus avós estavam constantemente a embirrar com os
nossos gatos porque iam apanhar sol para a entrada da casa deles. Nós
tentávamos evitar que isso acontecesse mas era muito difícil fazer um controlo
intenso aos gatos bebés e jovens, que gostavam sempre de partir à descoberta.
Certo dia, esses gatos mais novos, mais curiosos, aparecem muito adoentados.
Não vou estar a descrever o estado deles porque são imagens horríveis que não
me saem da cabeça mas posso dizer que foi agravando e, ao fim de um ou dois
dias, encontravamo-los mortos. Viemos a descobrir que foram envenenados pelos
vizinhos dos meus avós. Custou-me horrores na altura e agora as lágrimas vêm-me
aos olhos só por pensar nisto. É uma crueldade tremenda. É horrível. Uma coisa
é morrer de velhice ou por uma doença complicada e não tratável. Outra coisa é
serem assassinados por pessoas que não têm um pingo de decência, um pingo de
respeito pela vida - digo pela vida sem especificar animal ou humana porque eu
acho, sinceramente, que estas pessoas facilmente matariam outras.
Há pouco tempo deparei-me com a mesma situação, mas os gatos não
eram meus. Eram da minha vizinha, também uma ninhada de gatos que foi
envenenada e a mãe também porque estavam sempre a invadir o quintal dessa
vizinha. Também invadiam o meu e daí? Deparei-me com os gatinhos debaixo do meu
carro a morrer aos poucos e poucos, também envenenados.
O meu namorado tem um cão, o Pu. Ele é um pit bull red nose e tem
sido vítima de muito preconceito por ser de uma raça dita perigosa. Mas o Pu
não é violento, antes pelo contrário. Porém, não se livra desse estigma e já um
homem lhe deu um pontapé só por ele estar a passar ao pé dele, sem lhe ladrar,
sem saltar para cima, e mesmo depois do pontapé o Pu não lhe fez nada.
Depois disto tudo, esta notícia do Simba não deixou de me chocar e
sensibilizar pelo ato de barbárie que é. Um cão que era o melhor amigo, que era
a companhia , que era a alegria , que era o "filho", que era parte de
alguém. Agora que foi provado pela autópsia que, contrariamente àquilo que o
assassino disse, os disparos foram feitos mesmo contra o Simba - portanto, não foi
nenhum "aviso" ou "tiro para o ar"; foi para matar, foi
isso. A queixa foi apresentada à GNR pelos donos do Simba e a arma já foi
apreendida. O dono do Simba escreveu na página do Facebook: "Eu não quero
que a morte do meu cão, do meu Bubu seja em vão, precisamos de justiça e
acreditamos tanto na do homem como na de Deus que nunca falha e nunca tarda
(...) para as centenas de animais que sofrem nas mãos da crueldade do homem, de
pessoas de má índole que são autorizadas a possuir armas em casa, a disparar
sobre outros animais e rechear paredes com cabeças de animais mortos. (...)
Peço-vos, por tudo, pelo mundo, pela lei, pela justiça, pelos animais, pelo meu
Simba, pela minha mulher que nos ajudem a divulgar esta triste história.
Peço-vos que a morte do Simba não seja em vão."
Foi em outubro de 2014 que entrou em vigor a lei que criminaliza
os maus-tratos contra animais: "quem, sem motivo legítimo, infligir dor,
sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é
punido com pena de prisão" e se desses maus tratos "resultar a morte
do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e
permanente da sua capacidade de locomoção", o autor do crime deve ser
"punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240
dias." A minha questão é: será que a justiça vai ser feita? Já anda a
circular uma petição pública para que se faça justiça e eu já a assinei. E
deixo aqui o link (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76386)
porque vou sempre lutar pelas causas e pelos valores que para mim são mais
importantes; esta causa é um desses casos porque enquanto cidadã do mundo quero
ver justiça a ser feita!
E este é
mais ponto.
Razão têm aqueles que dizem "quem não gosta dos animais , não gosta das pessoas". Nem mais!
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