quinta-feira, 12 de março de 2015

Um ponto pela justiça e pelos animais

Boa noite, amigos!

Hoje venho ver sobre uma notícia que esta semana tem dado muito que falar. É sobre a morte do Simba ou, como os donos José e Andreia lhe chamavam, Bubu. Toda esta situação tem mexido bastante comigo e não podia deixar de falar disto.

Eu sou do tipo de pessoa que chora (não de medo, mas "de fofura" - sim, é estranho) quando vê um animal, sou do tipo de pessoa que faz vozes estúpidas a falar com eles, que os trata como bebés. Tive peixes, pássaros e hamsters e adorei-os. Mas sempre quis ter um cão e um gato (e quem diz um diz dois ou três) e nunca tive, pelo menos cá em casa (sei que quando tiver uma casa só minha, a primeira coisa que vou fazer é adotar um cão ou um gato, ou os dois). O mais perto que estive de ter um cão ou um gato foi quando os meus avós maternos tiveram um cão chamado Nero e 1400 gatos (ok, não foram 1400, foram 20). Não acompanhei o crescimento do Nero porque ele já era grandalhão quando eu nasci, mas acompanhei o crescimento dos gatos. E é uma relação linda e fortíssima que estabelecemos com os animais, quase de pai e filho.

Sei por experiência própria que há pessoas cruéis neste mundo e que não têm o mínimo de respeito pela vida dos animais. Sei; não pelas notícias, mas sim porque também sofri na pele o que os donos do Simba estão a sofrer. Os vizinhos dos meus avós estavam constantemente a embirrar com os nossos gatos porque iam apanhar sol para a entrada da casa deles. Nós tentávamos evitar que isso acontecesse mas era muito difícil fazer um controlo intenso aos gatos bebés e jovens, que gostavam sempre de partir à descoberta. Certo dia, esses gatos mais novos, mais curiosos, aparecem muito adoentados. Não vou estar a descrever o estado deles porque são imagens horríveis que não me saem da cabeça mas posso dizer que foi agravando e, ao fim de um ou dois dias, encontravamo-los mortos. Viemos a descobrir que foram envenenados pelos vizinhos dos meus avós. Custou-me horrores na altura e agora as lágrimas vêm-me aos olhos só por pensar nisto. É uma crueldade tremenda. É horrível. Uma coisa é morrer de velhice ou por uma doença complicada e não tratável. Outra coisa é serem assassinados por pessoas que não têm um pingo de decência, um pingo de respeito pela vida - digo pela vida sem especificar animal ou humana porque eu acho, sinceramente, que estas pessoas facilmente matariam outras.

Há pouco tempo deparei-me com a mesma situação, mas os gatos não eram meus. Eram da minha vizinha, também uma ninhada de gatos que foi envenenada e a mãe também porque estavam sempre a invadir o quintal dessa vizinha. Também invadiam o meu e daí? Deparei-me com os gatinhos debaixo do meu carro a morrer aos poucos e poucos, também envenenados.
O meu namorado tem um cão, o Pu. Ele é um pit bull red nose e tem sido vítima de muito preconceito por ser de uma raça dita perigosa. Mas o Pu não é violento, antes pelo contrário. Porém, não se livra desse estigma e já um homem lhe deu um pontapé só por ele estar a passar ao pé dele, sem lhe ladrar, sem saltar para cima, e mesmo depois do pontapé o Pu não lhe fez nada.

Depois disto tudo, esta notícia do Simba não deixou de me chocar e sensibilizar pelo ato de barbárie que é. Um cão que era o melhor amigo, que era a companhia , que era a alegria , que era o "filho", que era parte de alguém. Agora que foi provado pela autópsia que, contrariamente àquilo que o assassino disse, os disparos foram feitos mesmo contra o Simba - portanto, não foi nenhum "aviso" ou "tiro para o ar"; foi para matar, foi isso. A queixa foi apresentada à GNR pelos donos do Simba e a arma já foi apreendida. O dono do Simba escreveu na página do Facebook: "Eu não quero que a morte do meu cão, do meu Bubu seja em vão, precisamos de justiça e acreditamos tanto na do homem como na de Deus que nunca falha e nunca tarda (...) para as centenas de animais que sofrem nas mãos da crueldade do homem, de pessoas de má índole que são autorizadas a possuir armas em casa, a disparar sobre outros animais e rechear paredes com cabeças de animais mortos. (...) Peço-vos, por tudo, pelo mundo, pela lei, pela justiça, pelos animais, pelo meu Simba, pela minha mulher que nos ajudem a divulgar esta triste história. Peço-vos que a morte do Simba não seja em vão."

Foi em outubro de 2014 que entrou em vigor a lei que criminaliza os maus-tratos contra animais: "quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão" e se desses maus tratos "resultar a morte do animal, a privação de importante órgão ou membro ou a afetação grave e permanente da sua capacidade de locomoção", o autor do crime deve ser "punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias." A minha questão é: será que a justiça vai ser feita? Já anda a circular uma petição pública para que se faça justiça e eu já a assinei. E deixo aqui o link (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76386) porque vou sempre lutar pelas causas e pelos valores que para mim são mais importantes; esta causa é um desses casos porque enquanto cidadã do mundo quero ver justiça a ser feita!

E este é mais ponto.

1 comentário:

  1. Razão têm aqueles que dizem "quem não gosta dos animais , não gosta das pessoas". Nem mais!

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